A matéria que consta abaixo é de autoria de Nayanne Santana e foi vinculada na pagina do Jornal A Tribuna.
Segue o texto em sua integra.
Bujari: imbróglio entre Câmara e prefeitura
O Legislativo e o Executivo do município do Bujari, a 17 quilômetros de Rio Branco, sofrem com problemas de divergência. O prefeito da cidade, João Edvaldo Teles de Lima, o Padeiro (PMDB), e o presidente da câmara, vereador Francisco Bessa (PC do B), divergem sobre a gestão.
As divergências começaram por causa da construção da escola José Cesário de Farias, localizada na zona rural da cidade. A construção iniciou-se na gestão do ex-prefeito Michel Marques (PT), mas só foi concluída na gestão atual.
A prefeitura alega que parte do teto da escola caiu e, por isso, não abriu as portas da escola para a entrada dos alunos. Segundo a gestão municipal, isso foi feito para evitar uma tragédia.
Na contrapartida, o presidente da Casa diz que a construtora da obra garante que o prédio está em plena condição de uso.
Em entrevista exclusiva à TRIBUNA, os líderes do Executivo e do Legislativo falam sobre os motivos das discordâncias entre os dois poderes.
Padeiro diz que foi proibido de entrar na Câmara
Os impasses iniciaram-se na última segunda-feira, 29, quando a câmara realizou uma sessão ordinária para ouvir os engenheiros responsáveis pela construção da escola José Cesário de Farias.
A assessoria da prefeitura informa que um ofício foi enviado à sede do Executivo do Bujari para convidar a atual Secretaria de Educação a comparecer na sessão ordinária da câmara.
Ao receber o ofício, o prefeito Padeiro respondeu à correspondência oficial, informando que a secretária de Educação iria à sessão e, no mesmo ofício, informou à mesa-diretora da Casa que ele, o secretário de Finanças e um engenheiro civil também compareceriam à sessão.
Mas, ao chegar à sede do Legislativo, o prefeito relata que foi barrado pela mesa-diretora e não pôde subir à tribuna da Casa para se manifestar sobre a obra da escola da zona rural.
A gestão municipal interpretou o fato como arbitrário e disse que se tratava de uma ação que feria a democracia, pois barrar o chefe do Poder Executivo de tal maneira poderia ser interpretado como uma afronta.
Os representantes da prefeitura dizem que a mesa-diretora da câmara do Bujari não trabalha pelos cidadãos e que, ao invés de atrapalhar, a gestão de Padeiro, eleito pelo povo por três vezes, deveria ocupar-se com a fiscalização dos investimentos públicos.
O município alega que muitas obras iniciadas na gestão anterior ficaram inacabadas e outras não foram sequer entregues à população. Há ainda a informação de que parte da verba recebida pela prefeitura foi desviada pelo ex-prefeito.
A assessoria afirma que tais fatos é que deveriam ser investigados com a máxima urgência e que a mesa-diretora da Casa não deveria, portanto, estar empenhada em atrapalhar a gestão de Padeiro.
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“Prefeito gosta de sensacionalismo”,
diz presidente da Câmara do Bujari
O presidente da câmara, vereador Francisco Bessa (PC do B), disse com exclusividade à TRIBUNA que o prefeito precipitou-se ao declarar que foi barrado na sessão ordinária da última segunda-feira.
De acordo com Bessa, na verdade, a presença de Padeiro na sessão não era necessária, porque a reunião foi utilizada apenas para que a construtora responsável pela obra prestasse esclarecimentos sobre o que havia acontecido na obra da escola José Cesário de Farias.
“O prefeito tem o hábito de achar que pode chegar a qualquer lugar, entrar e fazer o que bem entender. Mas ele tem que entender que as coisas não funcionam assim, que há convenções que precisam ser respeitadas”, afirmou.
O vereador disse que a entrada do prefeito no plenário da câmara ocorreu por motivos reais e não foi um ato ditatorial, como teria afirmado o Padeiro.
“O fato do prefeito não ter entrado no plenário da câmara se deu simplesmente por um detalhe, para ter acesso à tribuna da Casa, tem que ser por meio de uma convocação ou convite, o que não era o caso, porque a sessão era para que fossem ouvidos os responsáveis pela obra, e não a prefeitura. Não havia a necessidade da presença dele”, explicou Bessa.
Francisco Bessa reconheceu o trabalho do atual prefeito, mas disse que ele gosta de garra polêmicas no município.
“O prefeito, apesar de ser uma pessoa vista como trabalhador no Estado todo, gosta muito de fazer sensacionalismo. O que ele quis fazer foi tentar provar que pode mandar em qualquer lugar”, alfinetou.
Mas o vereador garantiu que a escola pode ser utilizada sem risco pelos estudantes
“O que na verdade existe no Bujari é a necessidade de haver respeito entre os poderes. O Legislativo e o Executivo precisam trabalhar em harmonia”, concluiu o vereador. (Nayanne Santana)
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