Porém, a resposta para dar o pontapé inicial nessa jornada de refazer o que não deu certo é oferecer para todos, indistintamente para todos, o direito de aprender, a possibilidade de universalizar o ensino, permitindo que aconteça uma das coisas mais importantes em nossas vidas, o direito igual ao saber.
Saúde e segurança são desejadas por todos, são fundamentais em nossa qualidade de vida, mas é a educação de boa qualidade que garante igualdade de condições para todas as pessoas. É através dela que conquistamos nosso maior direito como cidadão, o direito de entender o mundo que nos cerca, melhorando a nossa condição de vida por mérito próprio.
Em testes internacionais recentes os melhores alunos brasileiros ficaram nas últimas colocações, abaixo da quinqüagésima posição entre cinqüenta e sete países. Nossos alunos são despreparados, o ensino no Brasil em geral é fraco e de péssima qualidade.
Pais e governos não dedicam o tempo necessário para mudar esse quadro vergonhoso de nosso País. Em pesquisa publicada na revista Veja de 20 de agosto deste ano, a reportagem afirma que: “89% dos pais consideram receber das escolas um bom serviço em troca do que pagam”. Na mesma reportagem é afirmado que: “…os pais brasileiros de todas as classes não se envolvem como deveriam na vida escolar dos filhos.
Os mais pobres dão graças aos céus pelo fato de a escola fornecer merenda, segurança e livros didáticos gratuitos. Os pais da classe média se animam com as quadras esportivas, a limpeza e a manifesta tolerância dos filhos às exigências acadêmicas muitas vezes calibradas justamente para não forçar o ritmo dos menos capazes.”
Pais despreocupados, governos omissos, professores desestimulados e despreparados, além de mal remunerados: esse quadro compromete, e muito, o objetivo de vencermos nosso maior desafio, tornar-nos uma nação em condições de alcançar um patamar digno de civilidade e desenvolvimento.Um país desenvolvido se faz com pessoas bem preparadas, conhecedoras das suas condições e capazes de alcançar padrões de vida dignos por seus próprios méritos.
Como brasileiro cansei de ouvir que somos um País do futuro, quero ser do presente, e quero ter orgulho de meu País pelo que somos e não pelo que seremos. Quero, e acredito que toda a minha geração também, viver este novo Brasil, que seja reconhecido não por sermos bom de futebol ou termos um carnaval animado, e sim por termos superado séculos de atraso e vencido a pobreza pelo mérito de cada um e não por programas assistencialistas.
Nosso povo não quer esmola, quer estudar, trabalhar e crescer. Quer poder sonhar com uma vida melhor e conquistar as boas coisas que a vida pode oferecer com o sentimento de dever cumprido. Nosso povo merece essa chance.
Controlar a inflação, ter uma economia estável, melhorar o padrão de vida da população mais pobre, tudo isso é bom, porém, é efêmero se não investirmos nossas melhores cabeças e recursos na formação de jovens de todas as idades e, assim, darmos para nosso o País o direito de olhar com orgulho os seus feitos como nação.
Por Luiz Fernando do Valle
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